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O Fim dos Cookies Está Redefinindo os Anúncios – Você Está Preparado?
Descubra como a mudanças dos cookies estão mudando a Publicidade Digital para Sempre
Qual foi a verdadeira revolução das plataformas de anúncios digitais?
Na minha visão, podemos olhar como dois avanços expecionais:
1️⃣ O mecanismo de compra de canal simultâneo ao aumento de receita, sem aumentar diretamente a complexidade da operação.
Exemplo:

Muitas lojas desbloquearam a escala através do digital como nunca antes.
🕰️ Antigamente, para uma loja de roupas vender em outra cidade, era necessário alugar ponto físico, contratar funcionários, comprar estoque, entre outros desafios logísticos.
💻 Hoje, basta direcionar anúncios para essa região e estruturar uma logística de envio eficiente.
2️⃣ O alto poder de inteligência das plataformas para encontrar seu público-alvo com base em interesses e comportamentos de compra.
Exemplo:

Existem diversas marcas de comidas congeladas 100% digitais, crescendo independente dos setores offline
🍏Uma marca de comidas congeladas poderia descobrir, através dos anúncios, que seu público mais engajado eram mulheres de 25 a 35 anos, que praticam crossfit e curtem determinado gênero musical.
👉 Além disso, era possível segmentar os anúncios diretamente para esse público, potencializando a performance.
O primeiro motivo sempre vai continuar existindo, por isso que especialistas em alavancagem de receita digital serão cada vez mais importantes e especializados daqui para frente.
Já o segundo, a história é outra.
A inteligência e o report da plataforma nesse sentido era devido a mecanismo de rastreamento que eram através de práticas bem duvidosas quanto a privacidade do usuários nas próprias plataformas.
Porém, isso mudou e está abalando o mundo da publicidade digital. Estamos entrando em uma nova era, onde os playbooks precisarão ser completamente refeitos.
A extinção dos cookies de terceiros deve ser substituída por cookies primários. Ainda não conhece o tema?
Vamos descomplicar agora mesmo. ☕

Os cookies eram uma das bases do mecanismo de anúncios do Google e Meta Ads.
Se você já navegou por um site e, minutos depois, viu um anúncio exatamente daquele produto que olhou… pode ter certeza: os cookies de terceiros estavam trabalhando nos bastidores.
👉Mas o que exatamente são esses cookies e por que estão sendo eliminados?
Cookies, de forma simples, são pequenos arquivos de dados que os sites armazenam no seu navegador. Eles servem para lembrar de você – seja para manter seu login ativo, salvar itens no carrinho ou até personalizar sua experiência.
Agora, existem dois tipos principais de cookies:
✅ Cookies de primeiro – Criados pelo próprio site que você está visitando.
Exemplo: você entra no e-commerce da Nike, e ele armazena um cookie para lembrar que você gosta de tênis para corrida.

❌ Cookies de terceiros – Criados por outras empresas que não o site que você está acessando.
Exemplo: você visita um blog sobre esportes, mas um cookie do Facebook é ativado em segundo plano para rastrear seu comportamento.
Assim, o Facebook poderia classificar você dentro do nível de audiência de esportes, o famoso recurso de audiencia de “interesses” para ser utilizado do lado do anunciante, e junto a isso, já deixar “mapeado” o seu perfil para os próprios anúnciantes da plataforma que quisessem atingir esse público.
Ou seja, os cookies de terceiros são aqueles que acompanham você fora do site original, coletando dados como:
💡 Quais sites você visitou.
💡 O que você pesquisou no Google.
💡 Quais produtos olhou, mas não comprou.
💡 Seu comportamento de navegação ao longo do tempo.
Esses cookies eram o combustível perfeito para os anúncios hiperpersonalizados.
Mas aí veio a virada de chave…

Com a Transparência no Rastreamento da Apple em Apps, os apps agora precisam obter a permissão do usuário para rastrear ou acessar o identificador de publicidade do aparelho.
Isso será padrão na indústria, sendo o Google o próximo a colocar a opção de bloqueio como “padrão”

O bloqueio padrão seria feito em 2024, porém o Google voltou atrás, devido as altas consequências de mercado que isso geraria para Anunciantes e o próprio Google.
O que isso significa quando acontecer?
❌ Facebook e Google estão perdendo grande parte da capacidade de rastrear usuários fora das suas plataformas.
❌ As segmentações estão menos precisas, logo o modelo de trabalho de anúncios deve ser alterado;
❌ O custo por aquisição (CPA) aumentou para muitos anunciantes, por efeito combinado do fim do cookies com a explosão do digital (aumento drástico da concorrência).
Antes, as plataformas possibilitavam um mapeamento total do público ideal, permitindo que o gestor de tráfego tivesse um ator principal.
Agora, o jogo mudou, você precisa alimentar os algoritmos com dados mais qualificados junto com uma estratégia completa (comunicação, tecnologia e negócios)
Mas calma! Isso não significa que os anúncios pagos vão acabar, apenas que teremos que mudar nossa abordagem. E a chave para isso está no First-Party Data.

Em curto prazo, se você não adotar essa estratégia, não poderá culpar mais o Meta Ads e Google Ads por falta de resultados.
O Que é First-Party Data e Como Ele Pode Salvar Sua Estratégia?
First-Party Data é qualquer dado coletado diretamente pelo seu negócio em suas plataformas online, sendo armazenados para serem utilizados na melhoria da experiência do cliente.
Exemplos de First-Party Data:
✅ Interações no seu site – páginas visitadas, tempo de navegação, cliques em botões.
✅ Formulários e cadastros – e-mails, telefones, nomes e outras informações dos usuários.
✅ Histórico de compras – produtos adquiridos, ticket médio, frequência de compra.
✅ Engajamento em e-mails e SMS – quem abriu, clicou e interagiu com suas mensagens.
✅ Dados de CRM e suporte – informações de clientes e histórico de atendimento.
Como isso será aplicado nas campanhas digitais?
Antigamente, a otimização da jornada de compra era feita pelas plataformas, com os cookies de terceiro sendo o motor principal, o papel do gestor de tráfego era apenas de direcionador de objetivos e segmentos de audiência.
Agora, a jornada do cliente deve ser totalmente controlada e otimizada para a máquina digital.
📌 Exemplo prático: Como funciona a jornada do cliente com First-Party Data?
Imagine que você está rodando uma campanha para vender um Hidratante Corporal.
Agora, veja o caminho percorrido por um usuário até a conversão:
1️⃣ Primeiro contato com o anúncio
Pessoa A, usuária de iPhone, viu o Anúncio X no Meta Ads e clicou, sendo direcionada para o site.
2️⃣ Navegação no site
No site, ela percorreu esta jornada:
Home Page → Página do Produto → Início do Checkout
3️⃣ Abandono de carrinho
No checkout, ela preencheu e-mail, telefone e nome, mas desistiu da compra antes de finalizar.
4️⃣ Novo impacto via anúncio no Meta Ads
Quatro dias depois, ela viu o Anúncio Y no Meta Ads e retornou ao site, acessando diretamente a página do produto.
No entanto, permaneceu poucos segundos na página e saiu novamente.
5️⃣ Conversão via Google Ads
Dois dias depois, foi impactada pelo Anúncio Z no Google Ads e, dessa vez, realizou a compra.
📊 O que isso significa para sua estratégia?
Se olharmos apenas os relatórios das plataformas, a conversão seria atribuída apenas ao Google Ads, ignorando o impacto dos anúncios anteriores no Meta Ads.
Com First-Party Data, você tem uma visão completa da jornada, entendendo quais canais e anúncios influenciaram a decisão de compra.

Ao final do dia, o cliente apenas percorre a experiência desenhada e proposta pela marca. Se as compras não tiveram acontecendo, o problema está na jornada. Sempre.
Isso permite que você otimize campanhas, crie públicos segmentados e melhore a experiência do usuário ao longo do funil.
Com o First-Party-Data, você teria o que é chamado de Customer Data Plataform, local onde armazena todas as sessões e iterações de pessoas com seu site, permitindo você ter uma visão holistica da operação de aquisição e respondendo perguntas vitais para o negócio:
Quantos dias, em média, um cliente novo leva para converter dentro da campanha?
Quais anúncios são mais eficazes para adquirir novos clientes e quais são mais eficientes na reativação de recompradores?
Como os clientes navegam no meu site? Qual é o consumo por cliente, canal e anúncio? Qual é a sequência de páginas mais comum?
Entre os clientes adquiridos via mídias pagas, qual é o LTV (Lifetime Value) de cada canal e campanha ao longo do tempo?
Ou seja, temos uma visão completa da jornada do cliente, permitindo análises precisas sobre campanhas, fidelização, ticket médio e otimização de estratégias.
Por exemplo, se identificarmos que clientes impactados pelo Anúncio X costumam converter após ver o Anúncio Z.
Iremos automatizar essa jornada com First-Party Data. Assim, qualquer usuário que alcance a etapa de checkout pelo Anúncio X será automaticamente segmentado para o Anúncio Z em outro canal, acelerando a conversão

Growth é mais que tráfego – é tecnologia, comunicação e negócios criando alavancagem real de receita
Como Usar First-Party Data no Google Ads e Meta Ads de maneira Fácil?
Com os dados padrões de cadastros, vocês já conseguem aplicar metodologias básicas de first party data em suas campanhas a partir de amanhã;
📌 No Meta Ads (Facebook e Instagram Ads)
1️⃣ Criação de Públicos Personalizados:
Acesse o Gerenciador de Anúncios → Públicos → Criar Público Personalizado.
Escolha fontes como lista de clientes (e-mails, telefones), tráfego do site ou engajamento nas redes sociais.
Faça o upload da sua base de leads (arquivo CSV) e deixe o Facebook sincronizar os dados.
2️⃣ Criação de Públicos Semelhantes (Lookalike Audiences):
Depois de criar um Público Personalizado, clique em Criar Lookalike.
O Facebook usará sua base para encontrar usuários similares àqueles que já interagiram com seu negócio.
Dica: Comece com uma Lookalike de 3% para uma audiência balanceada entre qualificação e custo;
📌 No Google Ads
1️⃣ Importação de Dados para o Google Ads:
Acesse Biblioteca Compartilhada → Gerenciador de Públicos.
Selecione Segmentos de Clientes e faça o upload da sua base de e-mails e telefones.
O Google cruzará esses dados com usuários logados nas plataformas (Gmail, YouTube, etc.).
🧠Exemplo de Aplicação de Alta Performance
1️⃣ Identificação do Público
Extraia do seu banco de dados todos os clientes do mês de novembro (Black November) que chegaram até o checkout, mas não finalizaram a compra.
2️⃣ Criação da Jornada de Conversão
Desenvolva uma oferta específica para esse público, como um kit de produtos descontando, focado em itens de alto ticket.
3️⃣ Execução da Campanha
Crie anúncios com mensagens estratégicas, como:
"Preços mais baixos que na Black November!"
"A melhor oferta dos últimos 12 meses!"
4️⃣ Resultados Esperados
✔ Comunicação personalizada para um público que já demonstrou interesse.
✔ Oferta altamente relevante, aumentando as chances de conversão.
✔ Maior retorno sobre o investimento (ROAS), impactando consumidores pré-aquecidos e recentes.
Por Que First-Party Data É o Futuro do Marketing Digital?
Além de substituir os cookies de terceiros, usar First-Party Data traz vantagens estratégicas:
✔️ Menor dependência do Facebook e Google → Seus dados são seus, e você não fica refém das mudanças de plataforma.
✔️ Segmentação mais precisa → Você fala diretamente com quem já demonstrou interesse no seu negócio.
✔️ Melhoria no ROAS (Retorno sobre o Gasto com Anúncios) → Anúncios mais relevantes tendem a converter melhor.
✔️ Maior conformidade com privacidade → Como os dados vêm diretamente do usuário, você evita problemas com LGPD e GDPR.
Quem Controla Seus Dados, Controla Seus Resultados
O marketing digital está passando por uma transformação irreversível.
Se antes os dados vinham "de graça" pelas plataformas, agora cabe a você coletar, organizar e ativar as informações dos seus próprios clientes.
Quem souber usar First-Party Data terá campanhas mais eficientes, mais lucrativas e mais sustentáveis a longo prazo.
Mas essa é apenas a ferramenta – como um martelo. De nada adianta tê-lo em mãos sem saber em qual prego bater.
No caso do marketing, esses "pregos" são as jornadas dos consumidores, conectando sua loja, oferta e comunicação.
E esse é um tema vasto.
Até o fim do semestre, vamos explorar os conceitos que estruturam essa abordagem de Growth, que, cada vez mais, se torna o caminho essencial para construir uma engenharia de marketing eficiente.
Agora, meu café está quase no fim e ainda preciso organizar o backlog da semana. Nos vemos no próximo domingo!
☕🚀Boa semana,
Miguel