A (ine)existência do futuro do gestor de tráfego 🚦

Uma das profissões do "hype" mais recente do digital continuará existindo em 2025?

Hoje, no Café com Marketing ☕️ , vamos falar sobre um tema que estará cada vez mais em alta daqui para frente: a (ine)existência do futuro do gestor de tráfego.

No Brasil, gestor de tráfego é uma profissão que ganhou muita notoriedade nos últimos anos.

Com o crescimento do digital – impulsionado pela pandemia –, os negócios online explodiram.

E, com isso, surgiu uma forte demanda por profissionais que operam mídias online como Facebook Ads e Google Ads.

Pelo alto poder das plataformas na época, operadores que sabiam o fundamental da segmentação de audiência conseguiam entregar bons resultados para seus clientes.

Contudo, o jogo mudou a partir de 2021.

A virada de chave do mercado 🔄

A Apple lançou a atualização iOS 14.5, que limitou de forma restrita o rastreamento da audiência entre aplicativos.

Ou seja, quebrou o mecanismo padrão do Facebook e do Google.

Antes, as plataformas conheciam o comportamento das pessoas porque tinham acesso a dados extra-plataforma:
📌 O que elas acessavam,
📌 Onde estavam,
📌 O que compravam.

Agora, esses dados estão cada vez mais restritos.

O Google Chrome está prestes a lançar sua funcionalidade cookieless.

Possível reação de Zuckerbeg quando descobriu que a Apple estava prestes a abalar sua principal fonte de receita em 2021

Mas o que isso quer dizer para o gestor de tráfego? 🤔

A mídia paga continuará a existir – ela é uma das maiores invenções da publicidade na história, uma forma de comprar canal proporcionalmente às vendas.

Famosa foto do primeiro “escritório” da Google nos primeiros dias.

Contudo, as habilidades de quem opera essa mídia serão cada vez mais diferentes do que foram até aqui.

Se antes existia um estudo aprofundado de interesses, idades, perfis e nichos, esse tipo de segmentação não será mais uma opção dentro das plataformas.

A segmentação será feita por:

  1.  First-party data;

  2. Comportamento de consumo do usuário.

Como esses dois temas são muito extensos, vamos tratar do segundo agora, e o primeiro, deixamos para semana que vem.

A segmentação agora é conduzida pelo criativo 🎭

Com a evolução da inteligência artificial, a segmentação de audiência acontece dentro da própria plataforma.

A segementação por oferta é uma das peças principais do jogo. Fonte: ConvertFlow

Agora, o processo funciona assim:

1️⃣ A configuração da campanha define o objetivo principal (exemplo: "Compra"), já informando ao algoritmo que o alvo são pessoas com comportamento de compra.

2️⃣ O criativo do anúncio se torna a peça-chave da segmentação.

3️⃣ O algoritmo analisa o conteúdo do criativo (o que ele fala, como fala e em que contexto).

4️⃣ Com base na interação do público (cliques, tempo assistido, visitas ao site, seguidores da página, etc.), o algoritmo testa audiências para encontrar o público mais qualificado.

Isso significa que antes, um criativo "mediano" funcionava porque a segmentação e o algoritmo extra-app faziam o trabalho sozinho.

Washington Olivetto, o “Pelé” da Propaganda Brasileira

Agora, o criativo precisa ser afiado, feito para performance, e a estrutura da campanha precisa ser construída em torno dele.

As novas regras do jogo 🎮

A partir de 2021, esse movimento só cresceu:

📌 A privacidade está cada vez mais restrita (Android e Google seguirão os passos da Apple).
📌 A concorrência digital explodiu (em 2010, um anúncio "concorria" com 4 outros; hoje, disputa espaço com pelo menos 20).

Isso significa que os gestores de tráfego terão que se reinventar.

A publicidade digital exigirá cada vez mais marketeiros raiz 🎯

Série MadMen ilustra a época de nascimento dos chamados “Marketeiros”

O mercado vai exigir profissionais que entendam de negócio, metodologia e, principalmente, do público.

Quem trabalha com comunicação precisa colocar sua audiência no centro do pensamento.

Agora, meu espresso está quase no fim.

Vamos aproveitar o restante do domingo com a familia e organizar a semana de trabalho.

Até domingo que vem,